Ontem em Brasília a ANATEL, o orgão que regula as telecomunicações no Brasil aprovou algumas mudanças no Plano Geral de Outorgas, este plano define  regras para as concessões de telecomunicações no Brasil, seja fixa local e longa distância nacional e internacional.

Mas o que isto significa? O detalhe mais importante, e questionável é a parte que permite que uma grupo de telefonia possa comprar outro que tenha atuação  em uma diferente região. Antigamente as telecomunicações eram controladas por uma empresa estatal chamada Telebrás,  quem não se lembra da TELERJ, TELESP, TELEBAHIA e outras em cada estado. Veio a privatização e estas empresas foram leiloadas, em um processo conduzido pelo ex-ministro já falecido, o Sérgio Mota, o Brasil foi fatiado em regiões e cada empresa teria concessão para atuar em determinada área: TELEMAR, BRASIL TELECOM, TELEFONICA foram as grandes vencedoras destes leilões, e obtiveram concessões na maior parte do Brasil, tempos depois foram criadas as empresas chamadas espelhinhos,  que tinham o objetivo de aumentar a competição, GVT, Vespér foram algumas das que foram criadas. A verdade é que estas espelhos ajudaram, mas nunca foram realmente uma grande concorrência, pois estas não possuem uma rede fisica tão extensa quanto as empresas que compraram as licenças da TELEBRAS.

Na verdade passamos um monopólio estatal para um  privado, melhorou um pouco, pelo menos as Telecom deixaram de ser cabides de empregos de políticos,

Mas como todo monopólio a qualidade serviços continuou ruim, quem nunca ficou na fila de espera escutando musiquinha por 40 anos, tentando resolver algum problema na linha telefônica ou banda larga, se pronuncie (rs).

Para exemplificar e não ficar parecendo discurso de "comunista", as pessoas que moram no Norte/Nordeste sofrem bastante com isto, pergunte alguém que more na Bahia, Sergipe,Amazonas, Rondonia ou qualquer outros destas regiões, o preço que eles pagam por uma conexão de banda larga ( quando tem a sorte de terem ) e qual a velocidade  conexão?  Eles pagam o máximo e recebem o minimo, porque nestas regiões praticamente só tem a opção da OI, ou seja não tem concorrência ( Vamos explorar, é o lema das empresas e atender bem também não precisa, afinal só tem a gente.)

Depois de fazer este pequeno retrospecto e levantar este pontos, voltemos a reunião da ANATEL realizada ontem, esta mudança foi feita para favorecer a criação da chamada SUPERTELE, a fusão da OI  com a BRASIL TELECOM, o valor inclusive já estava acertado desde o inicio do ano e só faltava esta mudança na regra, que foi feita ontem. Uma noticia bem triste, já que isto abre precedentes, não sabemos o que pode acontecer a partir de agora. As regras mudaram e sabemos que no mundo capitalista em que vivemos as empresas crescem por aquisições, e quem duvida que daqui a pouco a VIVO e a TIM se tornem uma única empresa para lutar contra a Claro. Ou a Claro compre a Vivo, e se a TELEFONICA compra a OI?  BEM, Vão dizer: " Temos regras para evitar isto", mas se mudaram esta regra agora, quem garante que não vão mudar no futuro? Ou seja, imagine tudo nas mãos de poucas empresas.

Vamos acompanhar os próximos capítulos , mas pelo jeito o lobby foi bem forte nos corredores de Brasília e vamos ter que aguentar este novo monopólio que vai nascer. Quem mora no Sul vai sentir o que é ter a OI como prestadora de serviço, quem achava a Brasil Telecom ruim é só aguardar para ver, tomara que eu esteja errado, mas pelo que os meus clientes do Nordeste falam, já fico preocupado.

Abraço a todos.